Algoritmos, Softwares e Inteligência Artificial Qual é o papel dessas tecnologias no futuro das mais diversas profissões, sobretudo na área do Direito?

Por Paola Bianchi*

À medida que os avanços tecnológicos continuam a transformar as nossas formas de agir e interagir em sociedade e, sobretudo, a partir do desenvolvimento de tecnologias que objetivam emular a inteligência humana (o que pode ser abrigado sob o guarda-chuva terminológico da Inteligência Artificial), Softwares e algoritmos progressivamente operam em contextos mais gerais e menos previsíveis.

Entre estudiosos concentrados no estudo da Inteligência Artificial, esta perspectiva evoca pensamentos esperançosos relativamente à busca de soluções para questões sociais, humanitárias e políticas que há muito preocupam os atores políticos em escala universal.

Ao mesmo tempo, existe a compreensão compartilhada no sentido de que os progressos nas pesquisas vinculadas à Inteligência Artificial (v.g. machine intelligence, deep learning, machine learning) associam-se a riscos de longo prazo, cuja natureza e magnitude não nos permitem negligenciá-los, ao contrário, demandam pesquisa robusta e vigorosa.

Dentre as ameaças presentes podemos mencionar: concentração de poder nas indústrias da área de tecnologia (tech industries) e de seus lucros nas mãos de uma pequena parcela de atores privados; a existência de vieses e preconceitos cuja inserção em algoritmos, softwares e máquinas é muitas vezes ignorada por seus designers e usuários; a atribuição de competências cognitivas a máquinas não preparadas o suficiente para assumi-las; ausência de transparência e predicabilidade em relação aos algoritmos que regem nossos processos cotidianos de tomada de decisão.

Assim, considerando que muitos algoritmos, softwares e IA’s estão progressivamente constringindo, modelando e governando nossas interações sociais, em um cenário de hiper-vigilância e hiper-exposição, questiona-se: Qual é o papel dessas tecnologias no futuro das mais diversas profissões, sobretudo na área do Direito? E, para além disso, qual deve ser a postura dos profissionais das mais diversas áreas para se manterem atualizados – e por que não dizer necessários – diante do surgimento e desenvolvimento dessas novas tecnologias?

A partir desse cenário, foi pensada a disciplina de Inteligência Artificial da Faculdade Inspirar, porque não se pode pensar o futuro com os olhos voltados para trás.

*Dra Paola Bianchi é mestre em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Estado do Paraná. Especialista em Criminologia, Direito Penal e Política Criminal pelo Instituto de Criminologia e Política Criminal (ICPC). Bacharel em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Estado do Paraná. Prêmio Marcelino Champagnat – Mérito Acadêmico. Atualmente exerce o cargo de Assessora de Promotora de Justiça na Procuradoria Geral de Justiça – Subprocuradoria Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos – Núcleo de Combate a Crimes Funcionais praticados por Prefeitos.

Diogo Dias

Diogo Dias

Jornalista com mais de 10 anos de experiência na área da comunicação.
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