Apesar dos avanços dos últimos anos, os dados não mentem: de acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde, órgão da Organização Mundial de Saúde (OMS), o câncer ainda é a segunda principal causa de morte no mundo. Só em 2018, 9,6 milhões de pessoas foram vítimas da doença.
Conscientizar a população sobre ela, seus sintomas e tratamento é crucial para a redução dos números e, por isso, em 2005, a União Internacional para o Controle do Câncer (UICC), com o apoio da OMS, criou o Dia Mundial do Câncer.
Agora, o dia 4 de fevereiro representa uma data para a conscientização e educação da população, além de uma oportunidade para a mobilização da comunidade internacional pela causa.
Por isso, vamos discutir neste post pontos importantes sobre o tema! Você sabe quais são os tipos mais comuns de câncer, as principais abordagens para o tratamento atualmente e o que esperar para o futuro? Continue lendo e descubra!
Quais são os tipos de câncer existentes?
O câncer é uma doença que ocorre por conta de mutações celulares, isto é, alterações da estrutura genética (DNA) das células. Elas começam a se dividir de forma rápida, agressiva e incontrolável, criando tumores malignos que podem espalhar-se para outras áreas do corpo.
Atualmente existem mais de 100 tipos de câncer. De acordo com o Ministério da Saúde, os que têm início nos tecidos epiteliais são conhecidos como carcinomas, enquanto os que começam em tecidos conjuntivos, como ossos, músculos ou cartilagens, são chamados de sarcomas.
A metástase é outro fator que os diferenciam, sendo caracterizada pela velocidade de multiplicação das células doentes e a capacidade que elas têm de invadir tecidos e órgãos vizinhos ou distantes.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de pele não melanoma equivale a cerca de 30% de todos os tumores registrados no país. Isso faz com que ele seja o tipo mais comum no Brasil. Também são frequentes os de:
- Próstata (31,7% em homens);
- Mama feminina (29,5% em mulheres);
- Cólon e reto (9,4% em mulheres e 8,1% em homens);
- Colo do útero (8,1% em mulheres);
- Traqueia, Brônquio e Pulmão (8,7% em homens e 6,2% em mulheres).
Quais são os tratamentos atuais para os tipos de câncer?
Muitos fatores devem ser considerados na hora de decidir qual tipo de abordagem será empregada no tratamento, mas, geralmente, é feita a escolha por métodos combinados. A cirurgia oncológica é a modalidade mais escolhida, mas pode ser associada a algum outro tipo de tratamento — radioterapia e quimioterapia são alguns exemplos.
Karoline Bragante, coordenadora e professora das especializações em Fisioterapia Oncológica e Multiprofissional em Oncologia da Faculdade Inspirar, deu um exemplo: “para o câncer de próstata, o principal é a cirurgia, mas em alguns casos, quando identificado no início, há a opção por radioterapia ou braquiterapia. Quando detectado em estágios mais avançados, uma abordagem é a cirurgia combinada da radioterapia e, se irressecável, a combinação mais indicada é a radioterapia com quimioterapia”.
Atualmente já existem técnicas mais modernas de radiação alternativas à cobaltoterapia, que podia deixar algumas reações na pele. Além dessas, outras opções surgem para diferentes tipos de câncer. Para o de mama, o procedimento é parecido. A diferença é que, como eles são tumores hormônio-dependentes, também é utilizada a hormonioterapia.
Bruno Roberto Braga Azevedo, Presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica – Regional Paraná e médico do Instituto de Hematologia e Oncologia de Curitiba, explicou que um grande avanço dos últimos anos foi o aprimoramento das cirurgias minimamente invasivas. Neste caso, a operação é feita por vídeo, e é chamada de laparoscopia ou pode ser feita com o auxílio de uma plataforma robótica. Na primeira opção, pequenas incisões são feitas no abdômen e a cirurgia é feita com o auxílio de uma câmera de alta definição.
“A vantagem de um e de outro em relação à cirurgia convencional é que há menor sangramento e menor trauma cirúrgico, já que fazemos incisões menores. O paciente se recupera mais rápido, com menos uso de analgésico e, em algumas circunstâncias, com uma melhor qualidade de cirurgia”, explicou.
Prevenção
É importante também ter em mente as formas de prevenção — já que as causas do câncer são diversas, seja por fatores internos ou externos. Atividade física, alimentação e hábitos de vida saudáveis são comprovadamente fatores que reduzem drasticamente a possibilidade do surgimento da doença.
“De acordo com uma pesquisa realizada na Escola Yale de Saúde Pública, foi observado que o risco de desenvolvimento de câncer de endométrio é menor em mulheres que se exercitam pelo menos 150 minutos por semana”, explicou Karoline. Além desse, outros estudos comprovaram que o sedentarismo aumenta a possibilidade do surgimento de alguns tipos da doença.
Exames preventivos, como o papanicolau no caso das mulheres, garantem a identificação de lesões pré-malignas. No entanto, um grande desafio para países como o Brasil é o amplo acesso à saúde e informação. Sem isso, a população fica desamparada, e o rastreamento da doença cada vez mais difícil e tardio.
Quais as principais tendências de tratamento do câncer?
Mas o que esperar para o futuro? Como foi citado, além de fomentar a pesquisa na área, governos e organizações devem estimular campanhas de conscientização e prevenção. Daí vem, inclusive, a importância do Dia Mundial do Câncer.
Quando o assunto é o tratamento, temos alguns avanços. O primeiro é o aprimoramento das terapias aplicadas antes da operação. Elas permitem que as cirurgias sejam menos invasivas e radicais, o que garante mais qualidade de vida para o paciente.
Além disso, é impossível falar sobre o futuro da oncologia e não citar a imunoterapia. “O que ela faz é basicamente estimular o sistema imunológico da pessoa para que ele mesmo dê conta de combater esse câncer”, explica a professora Karoline.
Inicialmente, seu uso era restrito ao tratamento de melanoma, mas os estudos na área avançaram muito nos últimos anos e permitiram a expansão da aplicabilidade para outros tipos da doença.
Atualmente, ele representa um método revolucionário, já que, quando bem-sucedido, propicia respostas duradouras do sistema imunológico, que passa a ter uma espécie de memória contra o tumor. Além disso, os efeitos do tratamento são muito menos agressivos quando contrapostos às abordagens tradicionais.
“A imunoterapia nos permite direcionar o tratamento contra células tumorais. Um exemplo muito prático: na quimioterapia convencional, não consigo selecionar a célula tumoral, então vou ter efeitos colaterais como queda do cabelo, alteração da função intestinal e gástrica do paciente, alteração na formação de glóbulos vermelhos etc. Nessa nova abordagem, isso não acontece”, disse Dr.Bruno.
De acordo com o médico, a imunoterapia já é uma realidade e o futuro do tratamento para o câncer seguirá nessa direção. “A imunoterapia, que é o que a gente chama de terapia biológica, não é o futuro, mas sim parte da nossa realidade. Penso que daqui para frente vamos ter cada vez mais o desenvolvimento dessa forma de terapia mais dirigida”, completou.
Como se preparar para atender esses pacientes?
É muito importante que os profissionais que lidam com pacientes oncológicos estejam devidamente capacitados, já que essa pode ser uma área bastante complicada.
“É fundamental o conhecimento adequado, uma vez que o auxílio despreparado pode mais atrapalhar do que ajudar”, afirma Karoline. É importantíssimo estar sempre atualizado e ter acesso a livros sobre câncer, por exemplo, além de buscar especializações no ramo.
A Faculdade Inspirar oferece duas pós-graduações na área:
A segunda opção é voltada para todos os profissionais da área da saúde. Ela representa uma oportunidade de entender qual é o papel de cada especialidade dentro do tratamento e o que deve ser aprimorado a fim de proporcionar a melhoria da qualidade de vida do paciente.
São muitos os desafios na luta contra a doença, não é mesmo? Apesar dos avanços no tratamento, é fundamental falar sobre as formas de prevenção. Por isso o Dia Mundial do Câncer é tão importante! Estar com as consultas médicas e exames preventivos em dia, manter hábitos e um estilo de vida saudável — pratique exercícios físicos e tenha uma alimentação balanceada — são escolhas que podem fazer toda a diferença.
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