Terapia Nutricional Hospitalar

Da internação à alta

Segundo dados obtidos pela Sociedade Brasileira de Nutrição Parental e Enteral (SBNPE), nas primeiras 48 horas de internação hospitalar, aproximadamente 30% dos pacientes entram em estado de desnutrição. Esse número pode aumentar em 15% no período entre três a sete dias, chegando a um percentual de até 60% após quinze dias de internamento.

Com o objetivo de promover o devido acompanhamento ao paciente hospitalizado, o Ministério da Saúde (MS) criou uma portaria, a qual exige que todos os hospitais tenham uma equipe direcionada para oferecer a apropriada Terapia Nutricional (TP).

Mas afinal o que é a Terapia Nutricional?

A Terapia Nutricional é um conjunto de procedimentos terapêuticos que servem para a manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente por meio da nutrição parenteral, enteral ou oral.

Para executar a TN é necessário que exista uma Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN) capacitada para assegurar a atenção adequada aos pacientes hospitalizados. Assim, o trabalho em conjunto de especialistas com formações distintas permite integrar e complementar os conhecimentos e habilidades da equipe para que a mesma acompanhe, identifique e interfira no tratamento dos distúrbios nutricionais.

Os principais objetivos dessa terapia hospitalar são prevenir e tratar a desnutrição, além de preparar o paciente para os procedimentos clínicos e cirúrgicos, bem como promover a melhora da resposta imunológica ao tratamento, prevenindo complicações infecciosas e não infecciosas decorrentes da doença. Outros pontos benéficos são a melhora da qualidade de vida do paciente, redução da mortalidade e do tempo de internação hospitalar.

Nos pacientes em condições graves, a técnica possibilita a correção de déficits metabólicos e compensa o estado hipercatabólico. “A TN é importante na redução de déficits energético-proteicos, manutenção da hidratação e equilíbrio eletrolítico, modulação do sistema imunológico e melhora da resposta ao tratamento clínico, que está associada à menor incidência de complicações”, informa Amanda Oliveira, coordenadora da Pós-graduação de Nutrição Clínica Funcional e Suplementação Magistral da Faculdade Inspirar.

Papel do nutricionista na Terapia Nutricional

Entre as responsabilidades dos nutricionistas que integram a EMTN estão:

· Acompanhamento da evolução nutricional dos pacientes;

· Elaboração da prescrição dietética com base nas diretrizes do diagnóstico de nutrição;

· Formulação da nutrição enteral – (estabelecendo a composição qualitativa e quantitativa, o fracionamento e formas de apresentação);

· Preparação do diagnóstico de nutrição com base na avaliação nutricional;

· Realização da orientação nutricional para alta dos pacientes aos cuidadores, familiares ou responsáveis;

· Registro em prontuário sobre a prescrição dietética e a evolução nutricional.

Benefícios da Terapia Nutricional:

· Controle das taxas de creatinina, triglicerídeos e colesterol;

· Correção e recuperação do estado nutricional;

· Diminuição de edemas;

· Evita perdas de massa muscular e adiposa;

· Facilitação do processo de cicatrização;

· Mantém os hábitos intestinais, evitando vômitos e diarreias;

· Melhora das taxas de glicemia e de proteínas séricas;

· Possibilita o ganho de peso diário;

· Promoção da hidratação do paciente;

· Recuperação da taxa de hemácias e eritrócitos.

A Terapia Nutricional é extremamente crucial para a reabilitação dos doentes. Logo, os pacientes devem ser assistidos por profissionais habilitados, que tem a missão de entender e atender as carências nutricionais de cada paciente, além de controlar a qualidade das dietas preparadas nas instituições hospitalares.

G. Luca R. Niotti

G. Luca R. Niotti

Gestor de Comunicação do Grupo Inspirar.
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