Centenas de participantes puderam conferir a live da última terça-feira (30.03) sobre Terapia de Alto Fluxo, liderada por Mauricio Felix Oronoz, com comentários do Dr. Álvaro Rea-Neto, Dra. Leriane Leuzinski, Dra. Maira Maturana e Dr. Esperidião Elias Aquim.
A conversa abordou uma atualização sobre o suporte ventilatório, seu funcionamento e explicações de como configurar o ventilador para a execução da técnica.
A Terapia de Alto Fluxo nasal surgiu em 2012 – essa é uma técnica que evita a intubação e vem se tornando uma ferramenta a mais no tratamento de pessoas com problemas respiratórios.
O recurso terapêutico consiste no fornecimento de suporte respiratório, através de uma respiração espontânea, que disponibiliza ao paciente um fluxo de gás oxigênio de até 60 litros por minuto.
No entanto, o fluxo de 60 litros é uma ventilação muito alta e, por esse motivo, o gás entregue é aquecido, umidificado e chega ao doente dentro de todas as condições fisiológicas. Nesta técnica a entrega do gás é realizada através de uma elaborada e tecnológica cânula nasal, que tem validade de 14 a 21 dias e não pode ser reutilizada.
A Terapia de Alto Fluxo já tratou mais de 35 mil pacientes, e tem sido muito utilizada na estabilização de pacientes com Covid. Ela proporciona excelentes resultados nesse tratamento, mas também pode ser empregada como recurso terapêutico para outras patologias, como: Apneia Obstrutiva do Sono, Bronquiolite e demais doenças que afetem pacientes em todas as faixas etárias – período neonatal, pediátrico e adulto.
Entre as outras possibilidades de uso da Terapia de Alto Fluxo está a utilização depois da ventilação mecânica, com o objetivo de proporcionar um tratamento fisiológico para o paciente quando ele sai do ventilador. “Essa tem sido uma aplicação muito forte do Alto Fluxo agora na pandemia, mas o procedimento não se restringe só a adultos, ele também atende o público neonatal e pediátrico sendo uma terapia bem interessante para toda categoria de paciente”, ressalta Oronoz.
Os benefícios do uso da Terapia de Alto Fluxo:
- Aumento da oxigenação e do volume pulmonar expiratório final;
- Conforto para o paciente;
- Economia trazida ao hospital e a sociedade;
- Facilitação dos processos de saída do ventilador;
- Melhora na ventilação e troca gasosa e depuração do muco;
- Redução da frequência respiratória.
“O princípio da terapia é entregar esse gás a 37 graus para evitar que o paciente vá para o ventilador mecânico e tenha todas as complicações possíveis, podendo ter lesão pulmonar, complicações sistêmicas, bem como a demora no processo de reabilitação”, informa Mauricio Felix Oronoz, fisioterapeuta e especialista de produto da empresa Globalmed.
O Alto Fluxo é uma terapia altamente inovadora e muito simples, porque diferente do ventilador pulmonar que precisa de vários ajustes, no Alto Fluxo os únicos ajustes necessários são a oferta de oxigênio e eventualmente alguma mudança no nível da temperatura para gerar mais conforto para o paciente. “Por esse motivo a técnica acaba sendo muito prática, objetiva e confortável para o paciente, além de simplificar o atendimento na unidade de terapia intensiva e durante a internação, fato que otimiza o tempo e permite que se tenham mais atendimentos”, evidencia o fisioterapeuta.