Disfagia Pós-covid

Pacientes graves têm como sequela a dificuldade para engolir

A incidência da Covid-19 está tornando, cada vez mais comum, casos de Disfagia entre a população. O distúrbio é caracterizado pela dificuldade do transporte do bolo alimentar ou da saliva da cavidade oral até o estômago, e pode evoluir para óbito, se não for diagnosticada precocemente e tratada.

Uma pesquisa do Hospital do Coração (Hcor) constatou que 88% dos pacientes graves internados com Covid-19 apresentam dificuldades para engolir alimentos, líquidos e saliva. A principal causa é devido à intubação orotraqueal e ventilação mecânica – procedimentos invasivos que podem resultar em sequelas, dentre elas a disfagia.

Em geral a intubação acima de 48 horas é suficiente para aumentar o risco da disfagia e, quanto maior o tempo de ventilação mecânica, maior o risco. Durante a intubação o paciente é submetido a passagem de um tubo pela faringe e laringe, além do uso de sedativos e bloqueadores musculares que podem causar alterações anatômicas na glote, nos mecanorreceptores e quimiorreceptores.

Com a inatividade muscular e o comprometimento da função pulmonar, a coordenação da deglutição e respiração é prejudicada predispondo o paciente à disfagia.

Além da dificuldade e dor ao engolir, são também sintomas: tosse, engasgo, pneumonia de repetição e perda de peso, podendo levar à desnutrição e desidratação – além de engasgos que podem fazer com que o paciente aspire os alimentos e desenvolva pneumonia.

Os sinais da disfagia aparecem por meio de alteração na voz, tosse e engasgo após a alimentação. O paciente precisa dar atenção a estes

sinais e procurar um médico ou fonoaudiólogo para avaliação e diagnóstico.

A sequela pós covid-19 é reversível quando há reabilitação precoce através de um trabalho multiprofissional que engloba o fonoaudiólogo, médico, fisioterapeuta e nutricionista.

As formas de tratamento são uso de medicamentos, exercício de fortalecimento da musculatura da boca e da língua. É feito também ajuste da consistência, volume e temperatura do alimento e busca-se alternativas de alimentação, além de trabalho do quadro respiratório.

Diogo Dias

Diogo Dias

Jornalista com mais de 10 anos de experiência na área da comunicação.
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