Por Paulo Costa Amaral*
Com o aumento do número de academias no Brasil, cresce também o número de profissionais que estão envolvidos com gestão, sendo necessário o desenvolvimento de competências gerenciais para assumir esta função.
A competência é conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes (conhecido como CHA), baseado nos resultados, e está relacionado com o desempenho na realização de uma tarefa ou em determinada situação.
Nas academias é importante o alinhamento das competências às necessidades estabelecidas pelos cargos, ou seja, a referência que baliza o conceito de competência é o conjunto de tarefas pertinentes a um cargo.
A construção das competências do gestor de academia não se limita a um estoque de conhecimentos teóricos e empíricos detido pelo indivíduo, nem se encontra encapsulada na tarefa, mas está associada a verbos, conforme quadro a seguir:
· Competências para o gestor de academia;
· Saber agir. Saber o que e por que faz. Saber julgar, escolher, decidir;
· Saber mobilizar recursos. Criar sinergia e mobilizar recursos e competências;
· Saber comunicar. Compreender, trabalhar, transmitir informações, conhecimentos;
· Saber aprender. Trabalhar o autoconhecimento e a experiência, rever modelos mentais. Saber desenvolver-se;
· Saber engajar-se e comprometer-se. Saber intraempreender (empreendedor interno) e comprometer-se;
· Saber assumir responsabilidades. Ser responsável, assumindo os riscos e consequências de suas ações;
· Ter visão estratégica. Conhecer e entender sobre a gestão da academia, o seu ambiente, identificando oportunidades e alternativas;
Do lado da academia, as competências do gestor devem se relacionar com as competências organizacionais, descritas como os valores individuais da empresa, agregando valor econômico para a academia e valor social para os colaboradores e clientes, também consideradas competências requeridas e comuns a todos os colaboradores da academia, conforme segue abaixo:
· Competências sobre processos: os conhecimentos do processo de trabalho;
· Competências técnicas: conhecimentos específicos sobre o trabalho que deve ser realizado;
· Competências de serviços: aliar à competência técnica a pergunta: qual o impacto que este serviço ou produto terá sobre os clientes externos e internos?
· Competências sociais: saber ser, incluindo atitudes que sustentam os comportamentos das pessoas, incluindo as competências de autonomia, responsabilização e comunicação;
Segundo esta abordagem, a academia define a sua estratégia e as competências necessárias para implementá-las, num processo de aprendizagem permanente com os seus colaboradores.
Mas como as pessoas aprendem e desenvolvem as competências necessárias à academia? Para responder a esta questão é necessário identificar o tipo de conhecimento necessário para o processo de desenvolvimento de competências das pessoas, através da educação formal (aprendizagem estruturada e proporcionada pelas Universidades, Faculdades ou Centros Educacionais), educação continuada (refere-se a qualquer tipo de aprendizagem através de leituras e em curso de pós-graduação e/ou de aperfeiçoamento), experiência profissional (atuação prática envolvendo as áreas operacionais, táticas e/ou estratégica), e/ou experiência social (relacionamento e atendimento ao cliente), conforme quadro abaixo:
Tipo Função Como Desenvolver:
· Conhecimento teórico. Entendimento, interpretação. Educação formal e continuada;
· Conhecimento sobre os procedimentos. Saber como proceder. Educação formal e experiência profissional;
· Conhecimento empírico. Saber como fazer. Experiência profissional;
· Conhecimento social. Saber como comportar-se. Experiência social e profissional;
· Conhecimento cognitivo. Saber como lidar com a informação, saber como aprender. Educação formal e continuada, e experiência social e profissional.
Observa-se assim, a união de situações de aprendizagem que podem propiciar a transformação do conhecimento em competência. Esta transformação só acontece em contexto profissional específico, pois a realização da competência deverá não apenas agregar valor ao gestor, mas também à academia.
*Prof. Drd. Paulo Costa Amaral é coordenador da pós-graduação em Biomecânica da Faculdade Inspirar São Paulo – Santo Amaro