Você já parou para pensar em como pistas visuais podem auxiliar o aprendizado de autistas? De acordo com dados apresentados pela revista Espaço Aberto, da USP, há cerca de 2 milhões de pessoas diagnosticadas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) no Brasil. E uma das maiores dificuldades é a capacidade de se comunicar e de interagir.
Para estimular o tratamento de pacientes com autismo, a recomendação é criar estratégias com apoio visual e buscar especialização na área. Dessa forma, você será capaz de incentivar a comunicação funcional, a disciplina e maior independência. Quer saber mais sobre o uso das pistas visuais e como aplicá-las? Continue a leitura até o fim para descobrir!
Por que o uso das pistas visuais para o tratamento do autismo é tão importante?
Para pacientes com autismo, quanto mais concreto, estruturado e específico for o tratamento, melhores serão os resultados. Isto é, as chances de aprendizado tanto das habilidades verbais quanto motoras e sociais têm ganhos importantes no desenvolvimento dos autistas.
É neste cenário que entram as pistas visuais, como apoio no processo de aprendizado, o que gera benefícios diários aos portadores de TEA e suas famílias. Para mostrar a importância da metodologia, acompanhe os principais efeitos positivos já constatados:
Melhora a comunicação funcional
Uma das formas de aprimorar a comunicação por meio das pistas visuais é usar imagens físicas ou digitais (em dispositivos móveis). A ideia é incentivar o paciente a apontar para uma foto quando quiser dizer alguma coisa. Esse gesto simples pode ensiná-lo a pedir, perguntar ou até fazer comentários sobre o que estiver mostrando.
Assim, ele aprende a se comunicar de maneira independente e sem dificuldades. Mas vale manter também o estímulo auditivo. Afinal, o objetivo do processo é melhorar a comunicação e a interação com outras pessoas.
Estimula a independência e a noção de tempo
Por falar em independência, essa é uma das maiores preocupações dos responsáveis pelos portadores de TEA. Sejam os pais, professores ou profissionais da saúde. Por isso, é de extrema importância incentivá-los a buscar uma postura mais autônoma em atividades do dia a dia. Exemplos simples incluem higiene pessoal, por exemplo.
O grau de complexidade da tarefa pode ser aumentado de forma gradual para que o paciente vá se acostumando. O processo também contribuirá para melhorar a noção de tempo por meio da adoção de um quadro de rotinas, com ações divididas entre os períodos da manhã, tarde e noite.
Melhora a disciplina e a interação social
Por fim, a terceira grande vantagem de usar pistas visuais vem da sugestão que demos no item acima. A rotina é fundamental para quem tem autismo. Quando organizada de forma visual, ajuda a manter a disciplina e evita transtornos. Isso, por sua vez, contribui para uma melhor interação social com amigos e familiares.
Além de auxiliar no tratamento do autismo em prol de mais qualidade de vida aos pacientes, todas as pessoas que convivem com eles saem ganhando com o uso das pistas visuais. Antes de seguir adiante, é importante buscar uma especialização na área. Assim, você atuará de forma responsável e com todo o conhecimento necessário para fazer a diferença.
Como aplicá-la no atendimento aos autistas?
Agora que você já sabe mais sobre o uso das pistas visuais, chegou o momento de ver como elas podem ser aplicadas na prática. A forma mais conhecida tem como principal objetivo desenvolver a comunicação funcional, o primeiro benefício que mostramos aqui no post.
Imagens
A seleção de imagens impressas ou dispostas na tela do computador, celular ou tablet, ajuda a aguçar a curiosidade e a vontade de interagir. Ela é utilizada principalmente com pacientes que apresentam atrasos no desenvolvimento da linguagem e outras formas de se comunicar.
Conversação
Outra aplicação bastante comum é por meio do treino da conversação. Para essa atividade, você deve utilizar fotos de eventos da vida do portador de TEA. Pode ser de viagens, passeios, momentos com a família, entre outros. A proposta é pedir ao paciente que conte o que aconteceu naquele dia, com perguntas, respostas e diálogos curtos.
Para complementar, você pode usar um caderno. Nele, a pessoa autista pode escrever, desenhar ou colar as imagens. O objetivo é expressar o que mais gostou dentro do contexto. Depois, o material pode ser utilizado como apoio visual para estimular conversas na terapia ou na escola, com colegas, professores ou familiares.
Rotina
Já falamos sobre o Quadro de Rotina Visual aqui, mas ele volta a ser assunto no post como mais uma forma de aplicação bastante usual no tratamento do autismo. Com ele, é possível criar compromissos, estimular a noção de passagem do tempo, explicar sequências, além de:
- diferenciação entre períodos (manhã, tarde e noite), dias da semana (segunda, terça, quarta e assim por diante), dias do mês e horas;
- entendimento de padrões formados a partir da organização de diferentes atividades para o dia a dia;
- melhor aceitação de eventuais mudanças na rotina, troca ou cancelamento de compromissos;
- direito de escolha do que o paciente tem vontade ou não de fazer, evitando frustrações e incentivando o desenvolvimento de diversas habilidades.
Onde as pistas visuais devem ser aplicadas para além do consultório?
O primeiro pensamento que vem à mente quando pensamos no tratamento do autismo é um consultório médico, não é? Pois as pistas visuais podem ir além das paredes de uma clínica. Elas podem ser aplicadas:
- em casa: com atividades básicas de higiene pessoal, arrumar a mochila para ir à escola, tomar banho e assim por diante;
- na escola: com a adoção da rotina visual também (horário das aulas, caminho até o banheiro, intervalo, etc).
É importante contar com a presença de um adulto no início para acompanhar as atividades e ensinar a sequência de ações. Esse apoio pode ser retirado aos poucos, conforme o paciente começa a conquistar sua independência.
No consultório, em casa ou na escola, as imagens devem ser colocadas onde a ação acontece. Atividades relacionadas à higiene pessoal precisam estar no banheiro, com fotos para escovar os dentes coladas na parede da pia, fotos de tomar banho no box, e assim por diante.
Por que se especializar?
As pistas visuais auxiliam no desenvolvimento da comunicação e da capacidade de interagir. Sem contar a independência que é conquistada aos poucos por quem tem autismo. Mas para que o tratamento seja eficaz é essencial investir em capacitação em instituições especializadas, como a Faculdade Inspirar.
Aqui, temos especialização em ABA, abreviação para Applied Behavior Analysis, que consiste na Análise do Comportamento Aplicada. Trata-se de um método voltado para o tratamento de crianças com necessidades especiais, como as autistas. Além disso, você encontra foco total no mercado de trabalho e professores preparados para repassar todo o conhecimento que você precisa.
Mais do que aplicar o uso de pistas visuais ou qualquer outra estratégia no tratamento do autismo, o profissional precisa estar preparado. Os efeitos no desenvolvimento da comunicação, da capacidade de interagir socialmente e da independência dependem de um conhecimento especializado. Somente assim você será capaz de garantir uma terapia ABA de mais qualidade aos seus pacientes.
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