Síndrome do Final de Ano

As festividades de final de ano são conhecidas por compartilharem momentos familiares. Essa época do ano traz nostalgia e aquece o coração de grande parte das pessoas. No entanto, algumas se deparam com o sentimento de melancolia e vazio. O que muitos não sabem é que isso tem nome — Síndrome do Final de Ano.

 

Conversamos com a coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Inspirar, Silvia Prado Amaral, para entendermos melhor como funciona. “A síndrome do final de ano inicia no final de novembro e vai até último dia do ano, deixando um grupo de pessoas fragilizadas, pois costuma ser uma época de reflexão. A ansiedade, estresse, depressão e a tristeza tendem a aumentar a baixa energia emocional, afetando os relacionamentos familiares e profissionais”, comenta a psicóloga.

 

O pós-pandemia agravou esse estado. Apesar da alegria que muitos sentem por poderem reencontrar amigos e familiares, muitos acabaram perdendo seus entes queridos e amigos vítimas da COVID-19. Essa época tende a nos lembrar das pessoas que foram especiais para nós, agravando a falta nas comemorações e reuniões.

 

Silvia Amaral aponta algumas estratégias que podemos seguir para aliviar os sintomas, sendo essencial não nos culparmos pelas coisas que acontecem. “Reconhecer nossos erros e nos desculparmos é tudo que podemos fazer, não podemos mudar o que ocorreu, devemos abandonar o passado e seguir”, salienta.

 

Para psicóloga a chave está em ressignificar as coisas — situações ruins acontecem, mas aprendemos muito com elas. Ao olhar para as pequenas vitórias do dia a dia tiramos o fardo das coisas que não aconteceram como gostaríamos. Muitas vezes reconhecemos apenas o final de um percurso, uma grande compra, a conquista do emprego dos sonhos, e os pequenos degraus que subimos diariamente passam em branco. Buscar o lado bom das coisas não é nada fácil, mas pode ser um bom exercício.

 

Silvia completa: “diminuir nosso grau de exigência consigo e com o outro, nem tudo precisa ser perfeito, e diminuir a expectativa em relação ao outro pode aliviar bastante o estresse”. Com a pressão do final de ano é normal nos sentirmos ansiosos, por vezes tristes e estressados. Evitar hábitos compulsivos, como descontar frustrações em bebidas e compras, que futuramente irão trazer arrependimentos, é uma boa maneira de começar seu autocuidado. Alguns exercícios respiratórios, meditações e caminhadas ao ar livre são uma boa forma de diminuir a ansiedade.  Aproveite para cuidar de si e não hesite em buscar um especialista.

 

G. Luca R. Niotti

G. Luca R. Niotti

Gestor de Comunicação do Grupo Inspirar.
Veja Mais