Os cuidados paliativos são fundamentais para o acompanhamento profissional do paciente – desde a confirmação diagnóstica de doenças raras aos casos de maior gravidade. Por meio dessa prática, a equipe multidisciplinar pode acolher e amparar não apenas o doente, mas também aqueles que estão ao seu lado nesses momentos delicados.
Tendo isso em vista, a proposta deste artigo é explicar o que são os cuidados paliativos e qual a sua importância. Você vai compreender também quem são os profissionais que integram essa equipe e por que ter uma equipe multidisciplinar faz toda a diferença para os pacientes e para o sucesso de diversos tratamentos de saúde. Boa leitura!
O que são cuidados paliativos?
“Paliativo” vem do latim pallium, e quer dizer “proteção”. Esse significado remete à função original do termo, já que pallium era o manto que os antigos cavaleiros vestiam para se proteger do frio e das tempestades que enfrentavam pelos caminhos que percorriam.
Nesse contexto, “paliar” significa ”proteger” alguém de alguma situação inevitável, mas que seu efeito pode ser atenuado. Assim como os antigos cavaleiros, os pacientes que sofrem com doenças graves — ou estão em estágio terminal — também precisam de um suporte para enfrentar as “tempestades” que surgem durante os tratamentos.
O trabalho multidisciplinar possibilita proteger e assegurar o cuidado necessário para amenizar o sofrimento de quem enfrenta a batalha de uma doença de difícil remissão. Dependendo da condição clínica do paciente, os cuidados paliativos podem ser oferecidos em hospitais ou no ambiente domiciliar.
Em cada fase da doença e do tratamento, os profissionais avaliam o melhor local para prestar uma assistência de qualidade para suprir as principais necessidades do paciente e de seus familiares. Por isso, o suporte também deve ser extensivo à família. O intuito é favorecer o enfrentamento da doença, de modo que todos os envolvidos na causa se sintam mais confortáveis diante da nova situação estabelecida.
Qual a importância dos cuidados paliativos?
O principal propósito dos cuidados paliativos é a promoção da qualidade de vida, tanto dos pacientes como de seus familiares. Cabe aos profissionais de saúde que os acompanham a missão de promover o alívio do sofrimento e prestar orientações quanto aos aspectos físico, psicológico, social ou mesmo espiritual.
Um dos aspectos mais relevantes é priorizar a humanização no tratamento. A equipe deve trabalhar focada nos pontos de avaliação e de aplicação do plano terapêutico com uma abordagem mais ampla e contextualizada. A atenção a esses detalhes favorece a prestação de um suporte no campo emocional, já que esse aspecto influencia bastante a resposta às terapias escolhidas.
Nessa perspectiva, torna-se essencial buscar especializar-se para obter a capacitação necessária à prestação de uma assistência mais qualificada e que atinja as metas dos cuidados paliativos.
Além dessas questões, os cuidados paliativos também objetivam:
- promover o alívio da dor e oferecer suporte psicológico para reduzir o risco de doenças, como depressão e ansiedade;
- estabelecer condições de integração dos aspectos psíquicos, emocionais e espirituais no cuidado ao paciente;
- estabelecer meios de elevar a qualidade de vida e influenciar positivamente o curso de vida em diferentes aspectos;
- afirmar as chances de continuidade da vida e orientar sobre uma visão da morte como um processo natural inserido no ciclo vital;
- promover uma abordagem multiprofissional voltada às necessidades dos pacientes e de seus familiares, inclusive acompanhamento durante o luto.
Quais são os profissionais que compõem uma equipe de cuidados paliativos?
A multidisciplinaridade na saúde é fundamental em diferentes aspectos. No que se refere aos cuidados paliativos, esse tipo de assistência possibilita que qualquer profissional da área de saúde integre a equipe que presta esse tipo de serviço. Entretanto, considerando os efeitos colaterais e todas as questões emocionais relacionadas ao câncer, pode ser necessária uma formação mais específica nesse campo.
Geralmente, a atuação no campo de cuidados paliativos requer uma qualificação profissional e treinamento em habilidades que possam facilitar a percepção das maiores necessidades dos pacientes e de seus familiares. Eles são aptos ao suporte exigido no tratamento dos sintomas, na redução dos efeitos colaterais e no apoio aos problemas emocionais que comumente acompanham esse quadro.
Nesse contexto, a equipe de cuidados paliativos deve ser formada pelos seguintes profissionais:
- médicos;
- dentistas;
- psicólogos;
- enfermeiros;
- nutricionistas
- farmacêuticos;
- fisioterapeutas;
- assistentes sociais;
- assistente espiritual;
- entre outros.
Por que é importante que a equipe seja multidisciplinar?
Quem atua na assistência na área deve considerar a verdadeira função desse trabalho. Ou seja, é preciso deixar claro para o paciente que a opção pelos cuidados paliativos não significa o fim. Não se pode pensar que não há mais nada a fazer nessas circunstâncias. Tudo pode acontecer e, com o tempo, pode ocorrer uma reviravolta, o paciente se recuperar e ter sua vida prolongada por mais alguns anos.
Mesmo ciente de que o diagnóstico de uma doença crônica grave sempre gera medo, insegurança e ameaça à vida, o papel da equipe multidisciplinar é adotar medidas que possibilitem o enfrentamento da doença de forma mais positiva. Os profissionais devem ser realistas quanto à gravidade do quadro, mas é preciso treinar habilidades para confortar, animar e manter a esperança de que tudo pode ser possível.
Receber a confirmação diagnóstica de uma doença incurável não deve ser fácil. Essa notícia sempre vem acompanhada de questões profundas ligadas ao aspecto social, psicológico e espiritual. Muitas vezes, isso gera níveis de sofrimento que transcendem a dor física.
Nesses momentos, trabalhar de forma integrada e compartilhar diferentes visões quanto à escolha das metodologias de tratamento mais adequadas é primordial, pois também ajuda a aliviar a carga de quem lida, profissionalmente, com esse tipo de doença. Por essa razão, o suporte exigido nesses momentos não pode ficar a cargo de um único profissional.
Como você pôde notar, os cuidados paliativos exigem a ação de um time com boa formação acadêmica para atender às especificidades impostas pelas enfermidades com poucas chances de cura. Portanto, a assistência qualificada de profissionais de diferentes áreas da saúde pode contribuir para a redução dos impactos dessas doenças na vida dos “cavaleiros” que trilham por esse difícil caminho.
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